Um diário informal para os interessados em comunicação

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Jipeiro nas horas vagas


Paulo Ronaldo, conhecem? Claro que sim. É o editor-chefe do jornal A Gazeta e estreante como acadêmico de Jornalismo na Seama. Segundo seus professores, é um aluno aplicado, reserva as horas vagas (sim, ele tem) para fazer o que mais gosta: andar de jipe. Paulo tem 11 anos de profissão e quatro de Gazeta. Confira o bate-papo

Tu és jipeiro?
sim
Como você mostra que jornalista não vive apenas enfurnado nas redações?
Todo feriado, que posso, pego meu jipe e minha esposa e saímos por ai. Fazemos um planejamento e fomos recentemente na Cachoeira Grande (Calçoene). Mas já fomos para Laranjal, Mazagão, Serra do Navio, Pedra Branca, Porto Grande, Pracuuba, Tartarugalzinho, Amapá, e por ai vai.
E o que vocês fazem nesses passeios?
Nós gostamos de pescar e viajamos mais no verão. Dormimos em fazendas, sítios, em pousadas, onde der na telha.
Viajam sempre sós?
Às vezes, vamos em grupo, outras vamos só e nos divertimos muito.
Então esse que é o teu lazer?
Sim. Como ela (esposa) faz Turismo (na Seama), nós fotografamos tudo
Qual é a próxima saída?
Quando for em julho, se eu estiver ainda por aqui, vou tirar 20 dias de férias, ai vamos passar 20 dias pelo interior. Já conhecemos cada lugar, pessoas interessantes, histórias interessantes.
Que tal unir o útil ao agradável?
Um dia vou lançar um livro sobre isso. Só pra você ter uma idéia, em Macapá, num raio de 50 km existem mais de cem pontos para banho. Alguns são bares, outros são de pessoas que permitem que você tome banho no rio que passa em frente a casa deles. Às vezes, quando vamos por ai, vemos um ramal e sem conhecer nada entramos. Depois de meia hora encontramos uma casa e um rio lindo. Aí, conversamos com os donos, eles deixam a gente tomar banho, acampar e ai fazemos mais uma amizade
Mas tudo são flores?
Problemas na estrada só tive uma vez: fomos em Laranjal do jari com um comboio de 14 jipes. Objetivo: ir pela trilha até a cachoeira de Santo Antonio, a 26 km da estrada principal. A dificuldade foi tanta para chegar e sair que nós entramos às 9h da manhã de domingo e só fomos conseguir sair do ramal às 5h da manha de segunda.
Mas nessas horas, você não lembra que é jornalista e dá vontade de denunciar?
Lógico que eu fiz a matéria, mas enfocando a aventura dos jipeiros e mostrando as dificuldades para se chegar de carro até a cachoeira.
O que está achando da experiência de vir para a faculdade após anos de prática?
Quem atua na profissão e começa a vida acadêmica tem que primeiro parar de pensar que já sabe tudo. Segundo, saber que as pessoas atuantes na área têm a obrigação de compartilhar seus conhecimentos com os seus colegas.
E o que você já aprendeu na academia?
O engraçado da vida acadêmica é que eu descobrir que coisas que faço diariamente tem nome de gatekeeper. Que o jornal onde trabalho pratica a teoria organizacional. Essas coisas. Acredito que com a prática que tenho, agregada à teoria, vou ser um bom profissional, com uma visão mais crítica, até porque faço valer cada centavo que pago na faculdade. Sugo o máximo de conhecimento que puder do professor, afinal, ele está lá para me ensinar.

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